quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Decisão pessoal e financeira: o que analisar antes de ir morar sozinho?

SÃO PAULO - Mais do que uma questão pessoal, morar sozinho é uma questão financeira. Isso porque, ainda na casa de familiares, muitas pessoas sequer percebem que os gastos para manter uma residência vão além das contas fixas.

De acordo com o especialista em educação financeira, Álvaro Modernell, antes de decidir por morar sozinha, a pessoa deve seguir duas regras: não tome uma atitude precipitada e saiba que a mudança pode implicar ganho de independência, mas também um ônus nas condições financeiras, que pode gerar, até mesmo, queda na qualidade de vida.

"Normalmente, o padrão de vida que tem na casa dos pais, a pessoa não consegue ter ao começar a viver sozinha. Existem gastos com os pais que ela não percebe. Ela só pensa no principal, contas fixas, e esquece dos detalhes, como a faxineira e pequenas reformas", destacou.

Em que momento

Modernell ressaltou que ninguém deve "dar um passo maior do que a perna". Por isso, se houver um bom ambiente familiar, vale a pena postergar a saída de casa de familiares para morar sozinho, para poder fazer uma reserva de emergência.

E de quanto deve ser essa reserva? Segundo o especialista, de seis vezes o valor das despesas mensais. Por exemplo, se a pessoa gasta R$ 4 mil ao mês, deve juntar algo em torno de R$ 24 mil.

Questionado sobre se o valor não é bastante alto, Modernell afirmou que existem muitas pessoas que conseguem fazer isso.

"Só de se livrar de dívidas, imagine quanto uma pessoa não conseguiria guardar! É um pouco alto o valor, mas a pessoa pode juntar em dois ou três anos. A hora que conseguir isso, aí sim é mais fácil sair de casa".

Onde morar

Se pretende morar sozinho, é interessante que escolha um local que permita a economia do gasto com locomoção, seja mais perto do trabalho ou em uma região com fácil acesso ao transporte público.

Mas a grande questão é: a pessoa deve comprar o imóvel ou pagar aluguel? Modernell disse que esta é, talvez, a questão mais polêmica. Mas a resposta depende também da cidade em que a pessoa reside. "Em Brasília, o preço do imóvel é alto, mas o valor do aluguel é mais baixo. No Rio de Janeiro, o imóvel não é tão caro, mas o aluguel é alto", explicou.

Para quem pretende alugar, ele afirmou que a Lei do Inquilinato deve passar por mudanças, o que ajudará no aumento da oferta de apartamentos e casas para locação e na queda do valor do aluguel.

De acordo com ele, comprar um imóvel tem um lado benéfico que é a formação de patrimônio, que pode se valorizar dependendo da região que a pessoa está. "Em Brasília, os imóveis sobem muito de preço anualmente", exemplificou, completando que a pessoa não precisa nem esperar até o final do financiamento para vender a casa ou apartamento e ganhar dinheiro com o imóvel.

Além disso, na compra do imóvel, ele afirmou que pode-se usar o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que é o dinheiro pior remunerado. Para este ano, a previsão é de que o fundo renda 3% ao ano mais 0,87% da TR (taxa referencial), usada para atualização monetária. A rentabilidade do fundo deve ficar abaixo da inflação, de 4,27% projetada pelo mercado.

Seja qual for a decisão, Modernell disse que vale a pena morar em algo menor, já que solteiros costumam ficar menos tempo em casa. Além disso, considere dividir, ao menos em um primeiro momento, o imóvel com colegas.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

A origem das espécies e o fim do mundo

por Otávio Dias – Hoje, neste 24 de novembro de 2009, comemora-se os 150 anos da publicação do trabalho seminal de Charles Darwin, Sobre a Origem das Espécies por Meio da Seleção Natural ou A Preservação de Raças Favorecidas na Luta pela Vida (tem uma versão online em inglês da obra aqui). O livro de Darwin toca em pontos ainda nevrálgicos da cultura humana, porque, ao discutir ciência, forneceu novas formas de enxergar o mundo e nossa existência que fugiam dos dogmas e paradigmas de qualquer doutrina religiosa.

Claro, resultou em briga, briga essa que já fora iniciada com Galilei e Newton – este último unificou, pela primeira vez e de forma indelével, explicações sobre fenômenos que ocorriam nos céus e no nosso mundano mundo – e de que Darwin não se esquivou ou comprou; seu livro foi muito influente pra época porque escrito para o público leigo, diferente da obra de Newton, por exemplo, que requeria certo refinamento matemático pra que fosse devidamente apreciada. Darwin fez com os seres vivos, como classe, o que Galilei e Newton fizeram com a Terra: tirou-nos de vez de nossa posição especial no Cosmos.

Há uma quantidade enorme de informações sobre Darwin espalhada pela internet e mesmo aqui no Amálgama e, a julgar pela qualidade dos comentários que surgem pra cada postagem, o assunto precisa ser continuamente exposto e debatido. Interessante que mesmo não tendo lido nada de Darwin, todos pretendem discutir sua obra e contradizer suas conclusões. Em geral, tropeçam nas ferramentas usadas por Darwin e tantos outros cientistas. “Não é à toa que chamam isso teoria,” insistem. Verdade, teoria, mas quantos por aí sabem o que é uma teoria científica? Que fique claro, é importante: a obra de Darwin nasce de observações feitas pelo inglês durante expedição pelo mundo, por experimentos e, como não podia deixar de ser no meio científico, pela troca de informações com outros estudiosos (falei rapidamente sobre essa troca em texto sobre o uso de outras mídias sociais).

Como uma teoria científica, as ideias de Darwin podem ser colocadas abaixo, em favor de outra teoria que se adeque melhor aos fatos: o progresso científico, diferente dos preceitos religiosos, envolve testes e discussões e, mais importante, quem pode dar a resposta final a uma questão é apenas a natureza ou, em outras palavras, os fatos. Por mais estranha que possa ser a natureza, é a teoria que deve se encaixar nela, e não o contrário; em outras palavras – só pra dar alguns exemplos –, se a Terra foi criada há 5 mil anos, não deveria ser possível encontrar fósseis de datas anteriores, e se não há evolução e adaptação através das gerações, então deveria haver fósseis de coelhos e homens com a mesma idade que os de dinossauros. As teorias científicas caem por terra e são substituídas por outras melhores; elas devem explicar a natureza, os fatos, diferente dos dogmas religiosos, que pretendem fazer com que os fatos se adequem à natureza (e pensar que Galilei, que disse que a Terra não era o centro do Universo, foi perdoado pelo papa há bem poucos anos).

Este ano, este aniversário, não deveria acontecer. Nosso planeta deveria ter sido varrido da existência muitas e muitas vezes; astrólogos e religiosos vêm fazendo profecias que falham, década após século após milênio, seguidamente. Tais declarações não têm fundamentação científica, como aquela dos Maias que preveem o fim do mundo pra daqui a 2 anos, logo não podem ser consideradas como teorias científicas. Uma das mais atuais declarações de que o mundo viria a acabar ganhou muita atenção ano passado, quando o novo colisor de partículas do CERN estava para ser ligado. Este colisor acelera prótons a altas velocidades e os colide uns contra outros, permitindo que físicos do mundo inteiro investiguem a estrutura da matéria. Diante do início dos experimentos, bradaram: “Este colisor provocará o fim do mundo!”

Bobagem. Colisões como aquelas que acontecerão, sob controle, dentro do detector ATLAS, do LHC, acontecem rotineiramente no universo e até mesmo em regiões próximas à Terra, sem maiores prejuízos pra espécie humana. A diferença está no controle, não na distância: se podemos realizar o experimento em ambiente controlado, temos a possibilidade de coletar informações de maneira também controlada. Grosseiramente, é como a diferença entre pegar um bife na geladeira ou sair pra caçar quando se quer comer. Coletar informações é chave para a aplicação do método científico: elas nos possibilitam criar novas teorias científicas a respeito de nossa existência ou, quem sabe, reforçar as teorias existentes (difícil, já que o modelo padrão que descreve o comportamento das partículas elementares já se mostrou insuficiente pra explicar os fatos conhecidos).

Entrei por uma perna de pinto e saí por uma perna de pato: do aniversário de uma das principais obras científicas já publicadas, passando pela necessidade de um método e ferramentas que validem ideias, podemos concluir que há, sim, algum método nas teorias que preveem o fim do mundo: passada a data, deixamos pra lá e a teoria apocalíptica torna-se bobagem. O LHC falhou em nos destruir ano passado, em seu período de testes. Acaba de ser religado, após mais de um ano passando por reparos e adequações, e já deixamos de lado a possibilidade de que os experimentos no colisor venham a trazer nosso fim. Graças.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Treze de Novembro de Dois Mil e Nove.

Aqui estou mais um dia sob o olhar de um vigia. Mais um ano de aniversário, quantos já tenho, as vezes não faço questão de saber, a idade é relativa, só quero é mesmo é viver. Saber pra onde vou, que as vezes não sei, saber de onde vim, as vezes eu não sei, me perco em meus pensamentos, sem sentido sem ilusão com olhar para o horizonte, através da fonte de iluminação. Mas o que estou dizendo era pra ser sobre meu nascimento, que já está quase no fim esse dia 13 de novembro de 2009 que passou tão rapidinho. Encontro em meus pensamentos saudades de um tempo que poderia voltar só que agora não vai, por que fico assim com saudades de mim a muito tempo atrás.
Hoje é dia do meu aniversário, com trinta e um ano me sinto um palhaço, estou regredindo, mas gosto de tudo isso. Parabéns pra você nesta data querida, muitos anos de vida.
Aqui estou mais um dia sob o olhar de um vigia.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Truques para aproveitar melhor os estudos

O sucesso nos exames não depende somente da capacidade intelectual ou do nível dos conhecimentos adquiridos, mas também da forma como se estuda e do ambiente e dos momentos escolhidos para estudar, que podem tanto estimular e facilitar a aprendizagem como travá-lo e dificultá-lo.

"O melhor é estudar sempre nas mesmas horas e no mesmo lugar, com o quarto ventilado e a janela aberta, sempre que a meteorologia o permitir, para que o ar se renove, já que o rendimento do cérebro é sensível ao nível de oxigênio", explica a psicóloga clínica e pedagoga Marichu Hidalgo.

Também é aconselhável isolar-se dos ruídos, incluindo a música, sobretudo se ela for estridente, rápida e cantada, já que além de aumentar o nervosismo e a ansiedade, a letra das canções "grudam na mente" e podem interferir com as palavras que estão tentando ser assimiladas. Em todo caso, pode-se acompanhar o estudo com uma música muito tranqüila, suave e relaxante, que não distraia.

Embora seja preferível estudar com luz natural, se a iluminação for artificial, o ideal é combinar uma luz indireta que ilumine todo o cômodo, com um foco centrado na mesa, preferivelmente com uma lâmpada azulada, que cansa menos a vista.

Costuma-se acreditar que estudar em um quarto às escuras, com um potente foco sobre a mesa - no estilo "partida de pôquer" - facilita a concentração, no entanto este tipo de iluminação intensa e focalizada provoca com o tempo mais fadiga, da mesma forma que as lâmpadas fluorescentes, que também são desaconselhadas para o estudo.

Antes de começar a estudar, é conveniente planejar o tempo que se dispõe até o dia do exame e dedicar alguns minutos para elaborar um calendário e horário de estudo.

Primeiro planejar, depois estudar

Planejar não é uma perda de tempo mas de uma das melhores formas de investi-lo já que, além de aproveitar melhor o tempo, consegue-se a sensação de que é o estudante que controla a disciplina que se estuda e não o contrário.

"É preciso marcar os objetivos de estudo que possam ser cumpridos, porque é inútil e frustrante colocar metas tão ambiciosas que acabem sendo inalcançáveis. Se um dia não se estudou as horas previstas, é preciso compensar a situação, recuperando-as na jornada seguinte", diz Marichu.

Apesar de cada pessoa funcionar melhor em determinados momentos do dia, devido a seus ritmos biológicos particulares, em geral a melhor hora para se dedicar ao estudo ou qualquer tipo de aprendizagem é a manhã, quando o cérebro está mais receptivo e fresco depois do reparador descanso noturno.

É preferível reservar para as primeiras horas do dia os temas de estudos mais difíceis, dedicando as tardes para revisões. Salvo casos de emergência, não é conveniente estudar de noite, porque nesses momentos todo o organismo está preparado para dormir e descansar, e seu funcionamento se desacelera naturalmente, devido à ação de uma série de hormônios.

Também não convém exagerar horas e horas sem se movimentar da cadeira, o que cansa o corpo e a mente; é melhor realizar pequenas pausas e dar um breve passeio periodicamente, para reativar a circulação sanguínea, que oxigena o corpo e também o cérebro, para recuperar a concentração e a vitalidade.

"O mais adequado para a aprendizagem de longa duração consiste em estudar com as costas retas e as pernas dobradas em ângulo reto, de 45 a 50 minutos e descansar de 5 a 10 minutos, aconselha a psicóloga e pedagoga.

María Jesús Ribas. EFE - REPORTAGENS.