sábado, 15 de setembro de 2012

Medo do sucesso Por Fernanda Pompeu | Mente Aberta – qui, 6 de set de 2012


Existe uma lista de medos famosos: de altura, de lugar fechado, de multidão, de assalto, de casamento, de solidão, de vexame, de vírus, de bactérias, de doenças. E o mais popular de todos, o medo de morrer.
 também um medo comum para 99% dos seres humanos, o de fracassar. Traduzindo: abrir um negócio e ir à falência. Amar uma atividade e não conseguir entrar na área. Trabalhar a vida inteira e findar-se sem tostão. E segue uma enorme fila.
Sem falar nos medos emocionais: levar um fora de quem estamos apaixonados, trair, ser traído, não ser admirado pela mãe ou pelo pai, acovardar-se diante de uma situação que exija coragem, ser mal interpretado, ser desvalorizado.
O imenso Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) escreveu um poema intitulado Congresso Internacional do Medo. Os dois versos finais dizem o seguinte: "Depois morreremos de medo / e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas".
Agora tem um tipo de pavor pouco cantado em prosa e verso. No entanto real: o medo do sucesso. O temor de dar certo! O medo de emplacarmos no negócio, no serviço, na ideia, no relacionamento amoroso.
Quando as coisas saem bem, perdemos a condição de vítimas, ou de choramingas. É muito difícil viver sem reclamar! Viver sem culpar o colega, o chefe, o cliente, o destino. É verdade que há uma outra razão forte para temer o sucesso, a de que ele não dure.
Mas o sucesso, como tudo na vida, é sempre momentâneo. Porém isso não deve nos impedir de celebrá-lo. Sair-se bem é também uma oportunidade de acreditarmos que podemos ir mais fundo e mais longe.
Outra dificuldade é encarar a responsabilidade quando algo finalmente tem excelência. Escrever o segundo texto depois que o primeiro foi publicado. Ter a próxima boa ideia depois que a primeira mereceu aplausos.
Alguém, sábio, disse: Quanto maior o talento, maior o trabalho. Trilhando esse caminho, o sucesso é realmente apavorante. Quase um filme de terror. Pois significa que você terá que se comprometer ainda mais, e fazer melhor o que já faz bem.
* iPhonografia: Régine Ferrandis, de Paris.

Eu e eu



Às vezes quero ser grande.
Às vezes quero ser pequeno.
Já não sei o que quero, aqui neste momento.
Talvez encontrar-me pedaços.
Talvez encontrar-me por inteiro.
Não tenho certeza do que quero,
Sobre o penso.
Traço um caminho em busca de um passado.
Caminho em busca de minha alma.
O desespero vem vindo com um pouco de atraso.
Trazendo com ele ansiedade...
Mas o que busco me dá forças...
Pra continuar em meus passos...
Quero encontrar a origem da minha vida.
E quando olho pra dentro de mim.
Fico sem saída.
Pois as respostas que procuro.
Se encontra na minha vida!...
Rodrigo Mariano