terça-feira, 27 de julho de 2010

Certa manhã, meu pai, muito sábio, convidou-me a dar um passeio no bosque.
 
Ele se deteve numa clareira e, depois de um pequeno silêncio, me perguntou:
 
“Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa?”
 
Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi:
 
“Estou ouvindo um barulho de carroça.”
 
Isso mesmo, disse meu pai, é uma carroça vazia.
 
Perguntei ao meu pai:
 
“Como pode saber que a carroça está vazia, se ainda não a vimos?”
 
“Ora”, respondeu meu pai, “é muito fácil saber que uma carroça está vazia por causa do barulho. Quanto mais vazia a 
carroça, maior é o barulho que faz!”
 
Tornei-me adulto e, até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, gritando (no sentido de intimidar), tratando o 
próximo com grossura inoportuna, prepotência, interrompendo a conversa de todo mundo e querendo demonstrar que 
é a dona da razão e da verdade absoluta, ou sentindo-se melhor que as outras, tenho a impressão de ouvir o meu pai dizendo:
 
“Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz!”
 

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