Por Ana Paula Galli, especial para o Yahoo! Brasil
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Copenhague é a sede das discussões sobre o futuro da Terra, quando países de todas as partes do mundo se reunirão na 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-15), a ser realizada entre os dias 07 e 18 na capital dinamarquesa. O futuro do planeta está em jogo. E a temperatura não para de subir.
O encontro definirá uma agenda global que estabelecerá os esforços para redução do avanço das mudanças climáticas e o qual será o preço de cada país na luta para frear o aquecimento, o que implica uma extensa revisão do modelo de desenvolvimento econômico e social.
O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, órgão das Nações Unidas, é enfático: a temperatura da Terra não pode aumentar mais do que 2º C - em relação ao período pré-Revolução Industrial - até o final do século. Caso contrário, a sobrevivência humana estará sob ameaça.
Negociadores de cada país membro da COP-15 se reunirão para definir um acordo global para reduzir a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. A expectativa é que a nações participantes assumam metas de redução de 25% a 40% de seus níveis de emissão de carbono em relação a 1990 até 2020. A conferência estabelecerá novas metas que substituam o Protocolo de Kyoto, que determinou em 1997 a redução de emissões de gases em 8% com base no ano de 1990.
Alguns países já manifestaram suas intenções. O Brasil busca assumir liderança e chega a Copenhague em posição favorável na discussão, após uma mudança de discurso. Agora, a ministra Dilma Roussef (Casa Civil) anuncia que o país irá propor um corte entre 36,1% e 38,9% em relação ao que emitiríamos no ano de 2020, se nenhum esforço fosse feito. Os Estados Unidos, por sua vez, deverão propor uma redução de 17% das emissões de gases de efeito estufa até 2020. A meta se amplia para 30% em 2025 e 42% em 2030.
Em busca de um acordo
Acreditar que a COP-15 será simplesmente uma tentativa de criar um acordo ambiental é um engano. Mais que salvar o planeta, as negociações do encontro afetarão as estruturas sociais e econômicas dos países que assinarem as propostas, acarretando grandes mudanças.
O fato é que em nenhum encontro para combater as mudanças climáticas realizado até hoje houve um acordo realmente forte, que contasse com a aprovação de todos os países participantes.
Os argumentos são diversos e sempre esbarram em um fator comum: dinheiro. "A mudança climática está se transformando no pretexto [dos países ricos] para seguir políticas protecionistas com um rótulo verde. A Índia e outros países em desenvolvimento se oporão a isso com firmeza", criticou o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, no mês passado.
A declaração de Singh resume bem a preocupação da maioria dos países. Ceder a acordos pode significar perder mercado e assim desacelerar o crescimento econômico. Não só pelas barreiras protecionistas que poderiam ser fortalecidas, mas principalmente pela redução das emissões de gases estar diretamente ligada à perda de competitividade econômica. Com a limitação das emissões, a energia ficaria mais cara e o custo da fabricação de bens dependentes da queima de carvão ou do petróleo também.
Há quem defenda - como o Brasil - que as nações industrializadas devem ajudar financeiramente os países pobres para que estes consigam lidar com as consequências das mudanças climáticas. A discussão, iniciada em 2001 durante a assinatura do Protocolo de Kyoto e relembrada em 2007 durante a Conferência de Bali nunca foi concluída.
Para o físico e ex-ministro de Ciência e Tecnologia José Goldemberg, a ausência de um acordo consistente prevalecerá em Copenhague. "Acredito que compromissos entre os governos serão pequenos. Provavelmente eles esperarão a situação piorar para aí sim agir".
Linha do tempo |
As principais decisões que marcaram os últimos anos na busca de uma solução para salvar o planeta. |
1987 |
1992 |
1997 |
Quais são as propostas |
Mudar o futuro do mundo depende muito mais do que apenas vontade. É preciso traçar metas bem definidas e cumpri-las a médio e longo prazo. Abaixo as propostas de alguns participantes da COP-15 |
Brasil |
China |
Estados Unidos |
Índia |
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