quarta-feira, 18 de abril de 2007

Irmão deu R$ 400 mil a ministro do STJ

O ministro do STJ, Paulo Medina, e seu irmão, Virgílio Medina, eram peças fundamentais do esquema de venda de liminares para a máfia dos bingos, de acordo com o inquérito da PF, obtido pelo Estado. Só de julho a agosto, os irmãos teriam recebido de R$ 600 mil a R$ 1 milhão do esquema para deferir liminar, liberando caça-níqueis da empresa Betec Games. Outros indícios obtidos pela PF deixam os dois em situação delicada. Em 2005, Virgílio concedeu a Paulo um empréstimo de R$ 440 mil. Segundo a PF, ele não tinha movimentação suficiente para o empréstimo.
Durante as investigações, a PF concluiu que Medina e o irmão atuavam em parceria com o desembargador do Tribunal Regional Federal do Rio José Eduardo Carreira Alvim. Nos documentos, os policiais explicam que o esquema funcionava assim: os integrantes da organização criminosa voltada para a exploração de jogos de azar (Aberj), representados pelo advogado Sergio Luzio Marques e pelos intermediários Evandro da Fonseca e Jaime Garcia Dias, pagavam primeiro a Carreira Alvim para que este concedesse medida cautelar liberando os caça-níqueis. Em seguida, através de Virgílio, Paulo confirmava a medida cautelar concedida por Alvim.
Em um dos grampos, a PF consegue captar uma conversa entre Virgílio e o lobista Jaime. "Se tivesse a certeza do 1 milhão", sugere o intermediário da máfia. "Ai, ai, primeiro eu teria que atirar...toma, atiraria aqui...pode entrar a petição", responde Virgílio. O representante do crime insiste: "Eu vou conversar também e explicar a questão, o problema." Virgilio interrompe: "Chega para ele e, vamos supor, dar 1 milhão... passa 1 milhão e aí inverte medo de 1 milhão." As informações são de O Estado de S.Paulo.

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