segunda-feira, 30 de julho de 2012

Nossa Vida no Além


Acreditávamos, antes, que, ao morrermos, iríamos aguardar da justiça divina um juízo final, que nos levaria ao Céu, lugar de delícias, ou ao Inferno, antro de horrores, ambos eternos, conforme tivéssemos sido bons ou maus aqui na Terra.
O Espiritismo, restaurando, via mediunidade, a comunicação entre os chamados mortos e os que estão habitando a Terra, abriu-nos um outro panorama, realmente verdadeiro, sobre o que nos aguarda além.
Sabemos, agora, que somos espírito e já existíamos, no plano do invisível, com nossa individualidade e capacidades, antes que encarnássemos, antes que nos ligássemos a um corpo, o que ocorreu quando foi concebido o organismo que estamos animando.
Quando este corpo morrer, dele nos desligaremos, no processo que se denomina desencarnação, retomando nosso viver além, na pátria espiritual, da qual temporariamente nos havíamos distanciado, para as experiências da vida corpórea, necessárias ao nosso progresso intelectual e moral.
Que será que nos aguarda, no retorno à vida do além?
A mesma justiça e misericórdia de Deus, que vigem em todo o Universo. Justiça, porque cada qual recebe efeitos segundo os seus atos. Misericórdia, porque ninguém fica condenado aos efeitos do mal que fez, podendo semear novas ações e colher melhores efeitos na imortalidade da vida espiritual.
Que espécie de vida, porém, poderemos ter, nós, seres espirituais, de natureza incorpórea? Somos incorpóreos, sim, quanto à carne, mas revestidos de um corpo fluídico, o perispírito, nosso instrumento de comunicação com o meio em que estivermos vivendo, seja na Terra ou no espaço.
Com esse corpo fluídico continuaremos a viver além, exercendo as faculdades que nos são próprias, inerentes, de pensar, sentir e agir, no que retratamos a natureza do Pai, que nisso nos criou à sua imagem e semelhança.
Dispondo de inteligência, sentimento e capacidade de ação, e possuindo um perispírito que nos permite a relação com o meio fluídico ao redor, inúmeras e mui variadas vivências usufruiremos no plano do invisível.
A vida na erraticidade
No capítulo VI de “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec apresenta a nossa vida no além, no estágio da erraticidade, ou seja, no intervalo entre duas encarnações, intervalo que pode durar de horas a séculos, conforme as possibilidades e as necessidades evolutivas do espíritos.
Nessa fase, quando ainda teremos de encarnar, somos denominados espíritos errantes, não por estarmos errando, cometendo enganos, mas por não estamos presos à vida terrena e nos movimentarmos libertos das injunções corpóreas.
Errantes, os espíritos conservam ou não lembranças e apegos a coisas e pessoas, conforme seu grau de elevação e interesse, sendo certo que os laços afetivos reais não se rompem pela ausência do corpo.
Libertos das ocupações terrenas, os espíritos errantes são convocados à continuidade de labores e atividades os mais variados, conforme suas aptidões e segundo suas necessidades evolutivas. Há que rever erros e acertos da encarnação anterior, buscando reajustamento e preparação para a nova existência na carne.
Quanto pode o espírito progredir na erraticidade! Progride ao se conscientizar do acerto ou erro de suas atitudes anteriores, ao se instruir melhor sobre as leis que regem a vida dos seres, ao exercitar virtudes no convívio com amigos e companheiros, ou socorrendo, se puder, a outros espíritos mais necessitados.
André Luiz, em sua série de livros sobre a vida no plano espiritual, psicografados por Francisco Cândido Xavier, nos fala das colônias que ali se erguem, da organização que os bons espíritos a elas imprimem, programando e supervisionando, em nome da sabedoria divina, as atividades dos que, ali albergados, aguardam a nova encarnação.
Nós todos já estivemos desencarnados e passamos por colônias assim, antes de sermos encaminhados para esta nova existência. O estágio cumprido na erraticidade, fez-nos melhor preparados intelectual e moralmente para mais uma encarnação.
E, agora, já estamos reencarnados. Que nos compete, então? Que vivamos melhor e mais sabiamente a vida que Deus nos concede! Que, enfim, nos disponhamos a seguir o divino guia e modelo para a humanidade: Jesus, o Cristo!

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